IGREJA PRESBITERIANA BETÂNIA

23 de dez. de 2010

O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL





Mais importante que saber sobre a História de Jesus, é conhecer o Jesus da História



Que Ele nasceu numa cidadezinha chamada Belém, numa humilde manjedoura, e que Seu nascimento e vinda era há muito esperados, todo mundo sabe. Que Ele é Filho de José e Maria, e que foi gerado pelo Espírito Santo, todos também sabem. Que veio ao mundo, sofreu e morreu, isso não é segredo ou novidade para ninguém, até mesmo para os mais incrédulos dos homens. Entretanto, o que talvez poucos sabem – se sabem, ainda não se posicionaram a respeito – é que tudo aconteceu com um propósito e razão definidos. A partir do nascimento e vinda do Messias, o mundo jamais seria o mesmo. Tudo giraria não só em torno da Sua pessoa, mas principalmente da Sua mensagem e missão. A História estava apenas começando.


Mais importante, contudo, que saber da História de Jesus, é saber acerca do Jesus da História. Afinal, por que Ele veio ao mundo? Com que intenção esteve entre nós? Por que quis morrer e por que fez isso? Queria Ele ser apenas um mártir, um herói solitário? Não cabe aqui se ater a detalhes como data e circunstâncias, mas sim, ao propósito. Cabe aqui revelar o verdadeiro sentido do Natal que, com certeza, não são os presentes, as festas, e outras coisas mais (não desconsiderando a importância que muitos dão a isso, claro). É fundamental que se diga, de passagem, que a expressão “Natal” não se encontra na Bíblia. Talvez porque a palavra, em si, signifique apenas “nascimento” e não essa conotação que vemos hoje, sempre ligada a festas e celebrações.


O Jesus da História


Por todo o Velho e Novo Testamentos, encontramos profecias não só sobre Sua vinda e nascimento, como também sobre Sua missão. Veja o que diz o profeta Isaías (no capítulo 9, versos 1 e 2): “Mas para os que estavam aflitos não haverá mais obscuridade... O povo que andava em trevas viu uma grande luz; sobre os que estavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz”. Dois capítulos à frente, ele também afirma: “Repousará sobre Ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de inteligência, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e do temor do Senhor.” (Is. 11:1, 2).


Dentre todos os profetas do Antigo Testamento que profetizaram acerca da pessoa de Jesus, Isaías é quem mais O revelou. Por todo o livro que leva seu nome, encontramos relatos de toda a sua vida como o Seu nascimento (7:14), o desprezo por parte do Seu povo (53:3), Seu sofrimento vicário (53: 4, 5), Sua crucificação (53:12), e Seu sepultamento (53:9).
Quem lê tudo isso se espanta não só com a riqueza de informações, como também pelo cumprimento de cada uma delas. A pergunta então inevitável que surge é essa: Por quê?




O verdadeiro sentido do Natal


Nunca foi intenção de Deus que o homem estivesse só. Como Pessoa, Ele também gosta de se relacionar. Por toda a Bíblia, vemos Deus indo ao encontro do homem. O escritor aos hebreus abre sua carta registrando algo que demonstra claramente esse fato. “Havendo Deus, outrora falado muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas.” (Hb.1:1). O escritor aos hebreus registra tais palavras para introduzir então a Personagem principal de “sua história”: Jesus. Ele então diz: “Nesses últimos dias nos falou pelo Filho...” (1:2a ).
É interessante notar que em todo o livro de Hebreus, encontramos também relatos do nascimento, vida, ministério e missão de Jesus. Uma coisa é clara em todo o livro: com a morte vicária de Cristo na cruz e a Sua ressurreição, um novo caminho de acesso a Deus foi aberto, e a comunhão do homem com Ele foi finalmente restaurada. Eis então o que diz o escritor aos hebreus (capítulo 4, verso 16): “Acheguemo-nos, portanto, ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em tempo oportuno.”


Esse é o tempo


O tempo oportuno, portanto, é agora. Essa é a hora de se achegar a Ele. Se posso dizer assim, não haveria Natal se não fosse Ele. E Ele fez o que fez por você, por mim, por nós. Quando não há essa compreensão, a vida parece perder o sentido, o rumo, a direção. Não é sem razão ou motivo (e não cabe aqui especificar outros, pois não é o caso) que muitos detestem a data, e chegam mesmo a experimentar opressão e depressão, a ponto de até suicidar-se. Talvez porque não vê graça nenhuma na vida, tampouco nas comemorações de fim de ano, incluindo o Natal. Sabem muito sobre o Natal de Jesus, mas pouco sobre o Jesus do Natal.
O propósito primeiro e único (a meu ver) da vinda, nascimento, morte e ressurreição de Jesus não é outro senão o de restaurar a comunhão entre o homem e Deus, há muito perdida desde a Queda. Esse é o verdadeiro sentido do Natal. Não são as festas, os comes e bebes, os presentes, a ceia, por mais boa se seja a intenção de quem estabeleceu e promoveu tudo isso. A razão e o sentido único do Natal não é outro que não o próprio Jesus. Sua vinda ao mundo não foi por outro motivo que não o de anunciar a salvação aos homens e apontar um novo caminho: Ele mesmo. Ele é o Natal. E não há Natal sem Ele. Aliás, nada existiria sem Ele. E se é para comer e “bebemorar” algo, que seja então a salvação concedida à Humanidade gratuitamente, mas a preço de Seu próprio sangue. Se de fato há essa compreensão e entendimento, o verdadeiro Natal começa a ganhar um novo sentido.






:: Por Marcelo Ferreira


Jornalista


marcelo.ferreira@lagoinha.com

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